Mais de 500 músicas suas já foram gravadas por diversos intérpretes. É afilhado musical de ninguém menos que Beth Carvalho. Foi responsável pela popularização do banjo no samba: Arlindo Cruz é um dos compositores mais respeitados do cenário musical brasileiro. Desde mestres, como Almir Guineto e Alcione até os mais recentes aspirantes a sambistas – falo de Maria Rita e Marcelo D2 – se renderam ao talento desse típico carioca.
A intimidade de Arlindo Cruz com a música começou cedo: aos sete anos, já aprendia cavaquinho com o pai e, aos doze, violão com o irmão, Alcyr Marques. Estudou durante dois anos teoria musical, solfejo e violão clássico, na escola Flor do Méier.
Nessa mesma época, realizava rodas de samba com diversos artistas, dentre eles Candeia, considerado pelo próprio Arlindo um padrinho musical. A parceria dos dois rendeu seus primeiros discos, inclusive “Roda de Samba” que hoje pode ser encontrado em CD.
A maturidade musical de Arlindo vai ser desenvolvida no início dos anos 60, quando o compositor passa a freqüentar o Cacique de Ramos. Para os menos informados, Cacique de Ramos é um bloco de carnaval, localizado no bairro da Olaria, na zona norte do Rio. Todas as quartas-feiras, músicos como Jorge Aragão, Beth Carvalho, Beto sem Braço, Ubirani, Almir Guineto, Zeca Pagodinho e Sombrinha faziam rodas de samba memoráveis. As composições de Arlindo passaram a ser reconhecidas por todos esses mestres, e, logo no primeiro ano de Cacique, doze canções suas foram gravadas.
Sua história com o Fundo de Quintal teve início quando Jorge Aragão saiu do grupo para seguir carreira solo, em 81. Nos doze anos da participação de Arlindo Cruz, diversas composições marcaram a história do samba, como: “Só pra contrariar”, “Seja sambista também” e “Primeira dama”. Em 1993, ele e Sombrinha seguiram os passos de Aragão e foram tentar o sucesso por conta própria. Porém, em 1996, os dois músicos lançaram o álbum “Da música” em conjunto. Somente seis álbuns depois, essa parceria – uma das mais consagradas do samba – chega ao fim e eles de fato seguem carreira solo.
Desde os anos 90, Arlindo disputa eliminatórias de samba enredo em escolas de samba. Na verdade, praticamente em todas as vezes, disputou na Império Serrano (sua escola do coração), onde venceu sete vezes. Somente em 2008, concorreu – e ganhou – na Grande Rio com o samba: “Do verde de Coarí vem meu gás, Sapucaí!”.
O último álbum de inéditas foi “Sambista Perfeito”, lançado em 2007. A MTV realizou um Ao Vivo em abril desse ano, reunindo seus sambas mais clássicos como: “Meu lugar”, “Bagaço da Laranja” e “SPC”. Conta com participações de Marcelo D2, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho. Vale conferir!
Aqui embaixo vão os vídeos das minhas favoritas: “Meu lugar” e “Chegamos ao fim”.
Site oficial: www.arlindocruz.com.br